domingo, 26 de junho de 2011

FANTASIA E IMAGINAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

-Vovó, conta uma estória!?
Momento mágico!
Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos, Branca de Neve,...O Bichinho da Maçã...
Lembro-me com o livro nas mãos, ela escondidinha atrás de mim, em suspense, esperando pela hora em que o homem abre uma boca enorme para comer a maçã,...mas o bichinho está lá dentro!...Aí um sorriso de alívio quando o bichinho grita: - 'Tem gente!!' e o homem horrorizado diz: -" Tem bicho!",  joga longe a maçã e o bichinho se salva.

Ele deitadinho na rede da varanda me diz: - Vovó "canta" uma estórinha? E eu "canto' a estória do Cravo e a Rosa, Alecrim Dourado ,Ciranda Cirandinha, ...até ele dormir ...imagino seus sonhos!!


Ah! Se os pais, os avós, todos os adultos das vidas de todas as crianças, soubessem o que representa para elas este momento em que nos colocamos ao seu lado para contar, cantar e ler estórias!

Com estas estórias a criança trabalha o real e o imaginário e isso lhe permite, mediante o processo criador, inerente à fantasia e a imaginação, transformá-las em sua realidade.

Estabelecendo um diálogo interior entre sua imaginação e o mundo real, ela aprende a conhecer melhor a si mesma, a seu ambiente e o papel que representa neste contexto.Torna-se consciente de seu poder de influenciar e transformar o seu meio e também das limitações que a natureza e as outras pessoas lhe impõem.



Toma consciência também que terá que arcar com as responsabilidades de seus atos e lidar com suas próprias reações, o que lhe permitirá encontrar o caminho para o auto- conhecimento e a procura da própria identidade dentro de seu mundo.


A criança necessita, pode-se dizer até se alimenta, da fantasia e da imaginação. Necessita delas para desenvolver-se intelectual e socialmente.
Tudo tem seu tempo e o auge do tempo da imaginação e da fantasia é da infância até à adolescência. É um momento especial, de grandes descobertas, onde nós adultos responsáveis,temos um papel fundamental que é ajudar a criança a trilhar esse caminho maravilhoso, até que um dia ela descubra, no momento certo, que a fantasia, a imaginação e a realidade caminham juntas, lado a lado.



Esta postagem foi inspirada num Trabalho de Pós-graduação em Educação Infantil, em parceria com a minha querida amiga e filha do coração Patrícia Samara Chahin Bohn.

REFLEXÕES SOBRE O TEMPO

Nossa percepção não nos mostra o verdadeiro real, ela tem uma função pragmática,  apenas percebemos o mundo para agir sobre ele e não para conhecê-lo, está estruturada para nos mostrar do real apenas o que interessa à vida prática.


Não percebemos o tempo e o movimento, mas sim o ponto em que se divide uma trajetória e posições que os objetos ocupam no tempo.  Esse entretempo é percebido pelo artista. A obra de arte nos proporciona um excedente de percepção e compreensão sobre o mundo e sobre nós mesmos


Não percebemos o passar do tempo, assim como não percebemos o mover-se. O que percebemos do tempo são instantes que se sucedem, percebemos apenas o antes e o depois, e não o processo pelo qual o objeto se move e muda, transformando-se em seu evoluir temporal. E é esta a caracteristica mais profunda da realidade.


Não percebemos os aspectos do real que não interessam a nossa prática, simplesmente porque não prestamos atenção  a eles.  A atenção é um mecanismo seletor da percepção, é ela que nos leva a ver apenas o que satisfaz nossas expectativas de ação sobre o mundo. A atenção delimita o  mundo real.


Não há possibilidade de perceber o Tempo,  a não ser através da realidade que é o continuo ato de transformar-se!


Somos marionetes do Tempo. Vivemos ignorando a temporalidade, como se nosso Eu pudesse se firmar na transitoriedade, mas só o que realmente dura é o próprio Tempo, todas as coisas são efêmeras.


Imersos nas sombras do passado e envolvidos pelo fascínio do futuro, esquecemos de viver o momento  que é único. O Tempo não passa, nós passamos pelo Tempo!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O QUE É SER FELIZ?

Ser feliz é aproveitar o que normalmente deixamos se perder no cotidiano;
é viver momentos sem preocupação...
é simplesmente existir;


é sentir no rosto a carícia da brisa;
é o aconchego das cobertas nos braços da pessoa amada;
é poder ver o colorido de todas as coisas;
é ver as primeiras folhas que caem sobre o gramado numa tarde de outono;


é a companhia alegre das pessoas que amamos;
é ver o gado pastando calmamente nos campos verdes;
é ter tempo e tranquilidade para ler um bom livro;
é o cafezinho que chega quando não se espera;
é o canarinho na cumeeira da casa cantando enquanto cuida do ninho;


é ver o dia amanhecer num dia de Domingo;
ser feliz é viver o momento, intensamente, sem pensar no amanhã,
é andar de mãos dadas pelas ruas, sem medo, em segurança...
é saber rir de nossos próprios erros;


ser feliz enfim é ser livre e estar em paz com a própria consciência.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O quintal da minha infância!

   Nasci em Olinda, uma cidadezinha simples, município de Nilópolis, no Rio de Janeiro Vim ao mundo pelas mãos de uma parteira ( personagem quase desconhecida nos dias de hoje),em casa de minha avó paterna, a vovó Julieta, uma velhinha ranzinza da qual só percebi a doçura da alma muitos anos mais tarde e do vovô José (o "seu Flô").


Vovô era um homem pacato e muito engraçado. Alto, magro, estava sempre de terno, chapéu e um guarda- chuva pendurado no braço. Ria-se quando levavamos umas palmadas e dizia: -" Ih! Que vergonha!". Ah! como o pensamento voa!


  Meus pais moravam numa casa da rua Wenceslau Brás, dali tenho algumas lembranças muito queridas: um pé de cajá manga ( até hoje sinto a boca encher d'agua ao lembrar do gosto azedinho- doce daquela fruta), um tanque de lavar roupa onde meu primo Lanzinho, brincando comigo, quase me afogou (coitado além do susto ainda levou uns cascudos), lembro-me também da dona Joaquina, uma senhora que usava um coque no alto da cabeça, aliás, lembro-me mais do coque do que dela própria, lembro-me também do "seu" Manduca, do Mané João ( mamãe dizia que eu era filha dele,  de brincadeira, mas o pior é que eu acreditava), mas nunca me esqueci do "seu" Djalma e da dona Silvia, amiga de minha mãe, rezadeira, muito querida na vizinhança e de seus filhos Dinéia e os gêmeos Cosme e Damião, meus companheirinhos de infância.Lembranças  que ficaram perdidas num passado tão distante! Ah, se pudessemos voltar no tempo!



Eu devia ter mais ou menos uns cinco anos quando papai construiu nossa casa, em Nova Iguaçú,cidade vizinha, A casa era pequena, mas era linda! Tinhamos um quintal onde mamãe fez um jardim que vivia florido o ano inteiro, uma horta e um pomar. Mamãe tem mãos de fada, ou melhor dizendo, tem o dedo verde, as plantas ao seu toque tornam-se mais lindas e viçosas.


Tinhamos também algumas árvores onde eu subia ( apesar da proibição de mamãe)e nos galhos mais altos sonhava com longas viagens por terra e pelos mares,cavalgava em lindos cavalos brancos, levada por um principe encantado, conversava com fadas e gnomos, enfrentava piratas, via o mundo do topo de uma montanha... Dali eu podia voar bem alto, sentir no rosto o calor do sol, o vento quente a agitar meus cabelos lisos e longos, acalentando os meus sonhos de menina presa entre os muros daquele pequeno quintal, que parecia imenso para os meus poucos anos . Era despertada dos meus sonhos, no entando, por minha mãe gritando -" Desce daí, Neinha!" Aí eu descia "correndo", mas sempre acabava levando uns puxões de orelha por desobedecê-la.


  Foi meu pai quem me ensinou a ler e a escrever. Meu pai, meu querido Velho! Como eu gostaria de poder agradecer e dizer-lhe, mais uma vez,  o quanto eu o amo e quanta saudade sinto de você!
   Naquele tempo era muito difícil conseguir vagas  nas escolas públicas do Rio de Janeiro e assim papai ensinou-me tudo o que sabia, e isso me possibilitou, alguns anos mais tarde, ser uma das melhores alunas das escolas que frequentei e a ter pelos livros uma enorme paixão.


Eu e meus irmãozinhos, a Sueli  (  Du ) e o Sidney (Nei), vivemos ali , naquele quintal os melhores anos de nossas vidas, e foi com o coração cheio de tristeza que um dia tivemos que partir, em busca de uma nova vida, num lugar distante, desconhecido.
   Guardo, em minha memória, as mais doces lembranças da infância vivida na casinha branca  da rua Primavera.

domingo, 5 de junho de 2011

Primeiras palavras


Espero utilizar este espaço para compartilhar um pouco da experiência que adquiri ao longo destes anos em que tive o apoio de tantas pessoas, mesmo aquelas que apenas passaram por mim dando um simples sorriso,  um bom dia sem ao menos me conhecer, e que às vezes até, numa fila qualquer, disseram-me palavras que eu precisava ouvir naquele momento. Á todas as pessoas maravilhosas que me ensinaram o verdadeiro sentido do Amor, dedico estas páginas.
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